A Associação Portuguesa de Cirurgia Ambulatória (APCA) promoveu, no mês passado, uma sessão online gratuita, intitulada “Retoma da Cirurgia Ambulatória na Era Covid – Uma Nova Realidade?”. O objetivo foi discutir a temática com os membros de várias sociedades científicas ligadas a atividade, para elaborar um documento de consenso que será disponibilizado às entidades oficiais, dentro de cerca de duas semanas.
“Cada hospital tem as suas especificidades, tanto no que respeita às próprias unidades de cirurgia ambulatória (UCA), como à realidade epidemiológica da covid-19, que é diferente nas várias zonas do país. Porém, pretendemos fazer uma recomendação nacional, com a maior abrangência possível, definindo regras e protocolos. Queremos garantir a elevada qualidade das técnicas cirúrgicas ambulatórias, assim como a segurança dos profissionais e dos doentes, pelo que as UCA deverão usar estratégias e normas para se manterem áreas covid-free.”, afirmou Carlos Magalhães, presidente da APCA e moderador do Webinar, no final da sessão.
E acrescentou: “Brevemente, em data a definir, vamos repetir este Webinar, com a participação de outras sociedades científicas e profissionais de saúde das várias áreas, de forma a reunir o máximo de contributos.”
A sessão contou com cerca de 270 participantes e com uma discussão muito participada, onde foram abordados assuntos controversos e possíveis estratégias para as várias etapas do processo da Cirurgia Ambulatória: pré-operatório, admissão de doentes nas unidades de cirurgia ambulatória, peri-operatório, recobro/alta e pós-operatório.
O circuito dos doentes e dos profissionais dentro das unidades; o rastreamento de doentes, dos acompanhantes (apenas permitidos no caso da Pediatria) e dos profissionais de saúde; o tempo de permanência dentro das unidades; tipos de máscaras e outros equipamentos; técnicas cirúrgicas e anestésicas mais adequadas em tempo de pandemia; medidas de dispersão de aerossóis; tempo de renovação do ar dentro das salas de cirurgia; distância entre camas e cadeirões; e disponibilização de medicação pós-cirurgia, evitando idas à farmácia, foram, entre muitas, algumas das temáticas abordadas durante a sessão.
O Webinar contou com a participação de Silva Pinto, vogal da APCA de Lisboa, Célia Castanheira, secretária da APCA do Porto, Paulo Lemos, presidente do Colégio da Especialidade de Anestesiologia da Ordem dos Médicos, Alberto Midões, do Colégio da Especialidade de Cirurgia Geral da Ordem dos Médicos, Vicente Vieira, em representação da Sociedade Portuguesa de Anestesiologia, Gil Gonçalves, presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia, Jaime Vilaça e Nuno Ramos, membros da Direção da Sociedade Portuguesa de Cirurgia, Hélder Ferreira, presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Minimamente Invasiva, Raquel Martins, presidente do CF da Ordem dos Enfermeiros, e Mercedes Bilbao, presidente da Associação dos Enfermeiros de Sala de Operações Portugueses.