O projeto “Figueira Respira”, no terreno há dois anos, está a conseguir diminuir o subdiagnóstico da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) na Figueira da Foz, problema este que se observa em todo o país. Esta iniciativa pioneira conta com a colaboração do Hospital Distrital da Figueira da Foz, EPE (HDFF, EPE), Unidades de Saúde Familiares São Julião e Buarcos, Unidade de Cuidados da Comunidade Farol do Mondego e Câmara Municipal da Figueira da Foz.
“Este projeto possibilitou uma articulação mais forte entre níveis de Cuidados, nomeadamente no que toca à realização de espirometria, exame fundamental para o diagnóstico da DPOC. Assim, os médicos dos Centros de Saúde da região já podem enviar diretamente os utentes para o HDFF, EPE para a realização deste exame (anteriormente apenas possível em regime convencionado a 45 km de distância), que é feito a muito curto prazo e acompanhado de relatório clínico completo. Desta forma intervimos diretamente para diminuir o grande subdiagnóstico da doença, permitindo uma intervenção rápida (muitas vezes no âmbito da cessação tabágica) e orientações clínicas e terapêuticas, podendo assim o doente ser seguido, consoante o nível de gravidade, nos Cuidados de Saúde Primários ou Hospitalares”, afirma Lígia Fernandes, pneumologista do HDFF, EPE.
E acrescenta: “A iniciativa tem também sensibilizado mais os utentes para a patologia, que têm agora um melhor conhecimento desta doença grave e dos seus fatores de risco”.
No futuro, “Vamos continuar a promover campanhas de sensibilização junto dos utentes e colaborar com as Unidades de Saúde Familiares e da Comunidade para alertar para os riscos do tabagismo, para a importância vital do diagnóstico precoce da DPOC, e esperamos continuar a apostar na formação dos profissionais de saúde”, conclui.
O projeto “Figueira Respira” integra-se no programa “Boas Práticas de Governação”, uma iniciativa da Novartis em parceria com a Universidade Nova de Lisboa. Ao longo do programa os participantes tiveram a acesso a um plano curricular desenvolvido pela Universidade e que lhes garantiu as bases teóricas e o acompanhamento necessário ao desenvolvimento do projeto.
Este ano sob o tema “Caminhos para a Implementação”, o programa “Boas Práticas de Governação” teve como objetivo apoiar a implementação na prática clínica de projetos inovadores que fomentaram uma maior articulação entre cuidados de saúde primários e hospitalares, e que contribuíram para melhorias efetivas na qualidade de vida do doente.