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Celulite infeciosa: aquela que nem sempre se vê

Artigo de opinião da Dra. Fátima Carvalho, Podologista responsável pelo Centro Clínico do Pé

A pele é um tecido altamente dinâmico cuja principal função é a proteção do organismo, impedindo a fuga de substâncias celulares e a penetração de elementos perigosos. Ao estabelecerem o limite entre o organismo e o ambiente, a pele e as mucosas são responsáveis por desencadear fenómenos biológicos quando detetam agentes estranhos provenientes do exterior.

A infeção cutânea surge frequentemente devido a qualquer dano que altere a integridade da epiderme, ocorrendo de seguida a invasão da derme e do tecido celular subcutâneo por um agente patogénico. Nestas situações os mecanismos imunitários do nosso corpo são solicitados como resposta a esta invasão.

Caso a infeção atinja a derme profunda e o tecido subcutâneo, podem desencadear-se diversas condições patológicas, entre as quais a Celulite. Esta condição apresenta dificuldades na distinção entre o tecido infetado e o não infetado, que nem sempre é clara.

As infeções dos tecidos moles são caraterizadas por inflamações agudas, difusas, edematosas, supurativas e disseminadas, e estão frequentemente associadas a sintomas sistémicos como mal-estar, febre e arrepios. Caso a infeção atinja tecidos mais profundos, pode resultar em necrose dos tecidos, o que requer o desbridamento cirúrgico extensivo.

S.aureus e estreptococos do grupo A são os agentes etiológicos mais comuns da Celulite, mas ocasionalmente bactérias como Haemophilus Influenzaebacilos Gram-negativos e ainda fungos como Cryptococcus Neoformans, podem estar implicados na celulite. Por outro lado, os agentes patogénicos transportados pelo sangue que causam celulite são o Streptococcus Pneumoniae, o Vibrio Vulnificus e o Criptococcus Neoformans.

A entrada dos agentes patogénicos é favorecida pela presença de cortes na pele, pé de atleta, picadas de inseto, insuficiência venosa crónica, síndrome nefrótica, úlceras no membro inferior, úlceras de pressão, diabetes, obesidade, doença hepática, excesso de álcool, feridas cirúrgicas, queimaduras, uso de drogas por via endovenosa. Há casos em que a “porta de entrada” não é aparente, não sendo evidentes os focos da infeção.

Com o alojamento da infeção os pacientes têm maior risco de propagação por via sanguínea e através dos vasos linfáticos. Nestes casos, a evolução pode ocorrer de forma muito rápida, originando alterações como edema (acumulação de liquídos), eritema (rubor da pele), aumento da temperatura local e dor, associados a vários graus de sintomas sistémicos resultantes exatamente da disseminação da infeção.

Nestes casos, o primeiro passo deve ser realizar um diagnóstico diferencial, o que auxilia na exclusão de outras patologias como Dermatite Atópica, Urticária, Erisipela, reação inflamatória a picadas de insetos e Tromboflebite Superficial.

O tipo de tratamento é aplicado de acordo com o grau de Celulite presente. A nível local é recomendado o repouso, imobilização e elevação da área para reduzir o edema, bem como é fundamental o tratamento das “portas de entrada”. Se a infeção for ligeira ou moderada é utilizada antibioterapia oral, no caso de ser mais severa é utilizada antibioterapia endovenosa.

O Centro Clínico do Pé – Dra. Fátima Carvalho, localizado na Unidade de Cuidados Integrados da Santa Casa da Misericórdia de Amarante, tem como missão proporcionar um serviço de excelência na prestação de cuidados de podologia que garantam a saúde e bem-estar do pé. Para mais informações, consulte: http://centroclinicodope.pt/

By | 2018-12-10T16:51:44+01:00 Dezembro 20th, 2018|Categories: ARTIGOS DE OPINIÃO|Comentários fechados em Celulite infeciosa: aquela que nem sempre se vê

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