Este texto poderia ser uma homenagem a todas as mulheres chamadas Esperança que morreram vítimas desta pandemia em qualquer dos países onde se emprega este nome português, incluindo o estado de Goa, na India.
Os nossos pensamentos devem estar cada dia com todas aquelas pessoas que acordam com a certeza de ter perdido para sempre algum ente querido vítima da COVID19, ou na maior parte dos casos, vítimas da falta de condições para o seu tratamento.
Esta dura realidade poder ser determinante para temperar a excessiva confiança no bom avanço da vacinação, que está a empurrar os jovens para alegres celebrações de rua à medida que as as cidades Europeias baixam os seus níveis de máxima alerta.
Mas será uma grande ilusão, em Portugal, pensar que temos as coisas controladas não só aqui na nossa ‘terrinha’, mas nesta grande fortaleza que é a nossa UE, acreditar que iremos seguramente vencer esta pandemia e até poder ajudar os outros, esses países mais carenciados? Qual o estado de espírito dos nossos concidadãos nos outros países de língua oficial portuguesa, mormente o Brasil fortemente golpeado pela pandemia?
Aqui no hemisfério norte, sabe tão bem poder entrar no verão com este ‘wishful thinking’ positivo que não pretendo ser mais um desmancha-prazeres.
Por isso vou ignorar deliberadamente que com as novas variantes do SARS-CoV-2, estão a suceder novos contágios no Reino Unido mesmo em pessoas que já estavam vacinadas e que algumas estão a voltar às UCI. Iremos conseguir superar tudo isso. Ninguém quer agora pensar que esta nova ‘nova normalidade’ possa levar uma grande volta atrás e mais confinamentos.
Estamos todos mais que fartos desta pandemia e a precisar de receber uma lufada de ar fresco, revigorado pela Primavera.
Como disse o Cardeal Tolentino de Mendonça na Cimeira das Regiões de Saúde em Abril passado: “A crise sanitária, social e económica que atravessamos corre o risco de se tornar também numa crise de esperança se nos deixarmos afundar num pessimismo sem retorno e se a incerteza se sobrepuser à esperança”.
Vale a pena rever este discurso na sessão de abertura que não deixou ninguém indiferente:
Na sessão vespertina (final do 1º dia) “O Papel da Saúde na Recuperação e Resiliência” presidida por Pedro Ramos (Secretário Regional da Saúde e Proteção Civil da Madeira), com a participação de dois ex-ministros: Adalberto Campos Fernandes (ENSP, UNL) e Luis Filipe Pereira (AADIC), Arlindo Nascimento do Rosário (Ministro da Saúde e Segurança Social de Cabo Verde) e tendo como orador convidado Hans Kluge (Director Regional OMS na Europa), foi igualmente reforçada a importância de cultivarmos um moderado otimismo a partir de uma atitude resiliente e que nos permita olhar para esta catástrofe como uma grande oportunidade para deixar um mundo melhor para as gerações vindouras.
Finalmente um horizonte de esperança pode ser traçado para o futuro de todas as Regiões de Saúde em Portugal através dos instrumentos de apoio que serão fornecidos pelo PRR – Plano de Recuperação e Resiliência que foi apresentado por Nuno Oliveira Santos (Presidente da Agência para o Desenvolvimento e Coesão) na sessão de encerramento.
Futuro da Europa
Com este grande objetivo em mente as 3 grandes instituições que conduzem a União Europeia, o Parlamento Europeu, o Conselho e a Comissão Europeia comprometeram-se a ouvir os europeus e a seguir, no âmbito das respetivas competências, as recomendações formuladas na maior conferência que jamais foi criada sobre o Futuro da Europa
Poderá ver aqui a retransmissão conferência de abertura no LinkedIn onde o Primeiro Ministro de Portugal propõe um novo grande desígnio para a Europa.
Associados a esta iniciativa o Digital Health Portugal e o Health Data Forum organizam um próximo evento no dia 30 de Junho: The Holy Grail: COVID19 Traceability Apps that Work!