O Instituto de Investigação do Medicamento da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa participa no projeto pioneiro “Testing Marker Utility in Steatohepatitis” a cargo do consórcio europeu LITMUS.
A investigação visa desenvolver e testar novas metodologias de diagnóstico para doentes com fígado gordo não alcoólico (“Non-alcoholic Fatty Liver Disease” – NAFLD*), com o objetivo de identificar quem corre maior risco de desenvolver esteatohepatite e fibrose. O estudo pretende assim desenvolver, validar e qualificar melhores biomarcadores para NAFLD.
A NAFLD é causada por uma acumulação de gordura nas células do fígado que provoca inflamação, fibrose e, numa forma avançada, cirrose. A doença afeta 20 a 30% da população mundial e está fortemente associada à obesidade e à diabetes tipo 2. O combate contra a NAFLD constitui um grande desafio para a saúde pública, que só o esforço conjunto da indústria farmacêutica e das instituições académicas pode resolver.
A Professora Cecília Rodrigues, responsável pela participação do iMed.ULisboa no LITMUS e Professora Catedrática do Departamento de Bioquímica e Biologia Humana da FFULisboa explica que “atualmente a biópsia hepática em serviços hospitalares especializados é uma componente importante do diagnóstico. A falta de testes não invasivos, fáceis e precisos, significa que muitos doentes só são diagnosticados numa fase tardia da doença, condicionando o tratamento e atrasando o desenvolvimento de novos medicamentos.”
“A disponibilidade de melhores testes de diagnóstico ajudará a orientar tratamentos numa fase inicial da doença, assim como a desenvolver estratégias mais eficazes para a NAFLD e a realizar os ensaios clínicos que as agências reguladoras precisam para licenciar medicamentos, posteriormente, prescritos por médicos”, esclarece ainda a também coordenadora do iMed.ULisboa da FFULisboa.
O projeto, financiado pela Iniciativa Europeia de Medicamentos Inovadores (Innovative Medicines Initiative – IMI) com 34 milhões de euros, é coordenado pela Universidade de Newcastle, integrando a colaboração de mais de 40 parceiros internacionais da academia e da indústria farmacêutica.