O Serviço de Cardiologia do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) deu início ao Programa de Telemonitorização Domiciliária Cardíaca para doentes com insuficiência cardíaca. O objetivo é reduzir o número de internamentos e de idas às urgências por motivos relacionados com esta patologia.
“Este projeto é uma mais-valia para o seguimento dos doentes, uma vez que permite intervir atempadamente em caso de descompensação da doença, orientando-os para uma consulta mais breve, encaminhando-os para fazer terapêutica em Hospital de Dia ou ajustando os medicamentos telefonicamente. Esta intervenção precoce traz ganhos em saúde para o doente e monetários para o Serviço Nacional de Saúde, tendo em conta a redução do número de internamentos”, afirma David Roque, cardiologista e corresponsável pelo Programa de Telemonitorização Domiciliária Cardíaca.
E desenvolve: “Começámos com a introdução de quatro doentes, porém vamos ter um total de 18. Perspetivamos que estejam todos incluídos até final de outubro.”
De acordo com David Roque, este programa é destinado a pessoas com insuficiência cardíaca que, “estando razoavelmente estáveis em ambulatório, tenham períodos frequentes de descompensação e tenham tido um internamento por insuficiência cardíaca no último ano. É preciso também que disponham de condições socioeconómicas para terem este projeto em casa e que consigam lidar com as novas tecnologias.
Os aparelhos para telemonitorização permitem fazer uma medição diária de vários parâmetros – pressão arterial, frequência cardíaca, saturação periférica do oxigénio, eletrocardiograma e peso. Sempre que algum dos valores não esteja dentro da normalidade, os profissionais de saúde contactam o doente, atuando assim previamente e evitando vindas ao Serviço de Urgência ou internamentos.
A Insuficiência Cardíaca é uma síndrome clínica cada vez mais prevalente em todo o mundo, estimando-se que, só em Portugal, afete mais de 400 mil pessoas. Na grande maioria dos casos, constitui uma patologia crónica, com descompensações, sendo a causa mais frequente de hospitalização em indivíduos com mais de 65 anos, cursando, por isso, com grande morbilidade, elevado impacto na qualidade de vida dos doentes e nos recursos económicos dos Serviços de Saúde, e com prognóstico reservado a médio prazo.