Um estudo promovido pela Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular acaba de revelar que a maioria das pessoas com mais de 70 anos (85 por cento) sabe que o coração tem válvulas, mas apenas 18,3 por cento já ouviu falar de estenose aórtica, a principal doença valvular, que afeta 32 mil portugueses.
“Estes dados mostram-nos que é preciso encontrar estratégias mais eficazes para aumentar o conhecimento sobre a estenose aórtica, uma doença grave que afeta 1 em cada 15 portugueses com mais de 80 anos, limitando as suas capacidades e qualidade de vida”, explica Lino Patrício, Presidente da campanha de consciencialização nacional “Válvula para a Vida”, promovida, em Portugal, pela APIC.
A investigação indica também que apenas 26 por cento dos inquiridos revela estar preocupado com uma doença cardiovascular como hipertensão arterial (7 por cento), trombose (6,3 por cento), enfarte do miocárdio (5 por cento), cardiomiopatia (2,7 por cento), doenças das válvulas do coração (2 por cento), insuficiência cardíaca congestiva (1,3 por cento) e outras doenças (1,7 por cento).
“Os resultados deste novo estudo indicam-nos que temos de reforçar a nossa aposta em campanhas de sensibilização não só para os fatores de risco da doença cardiovascular, numa perspetiva preventiva, mas também para a valorização correta da gravidade das doenças do coração que são a segunda causa de mortalidade em Portugal”, admite Rui Campante Teles, Coordenador da iniciativa europeia Valve For Life.
Para os portugueses com mais de 70 anos ter qualidade de vida é ter saúde (57,3 por cento), boa mobilidade/autonomia (22,7 por cento) ou ter condição financeira estável (10,8 por cento). No seu dia-a-dia, os inquiridos admitem que passam o seu tempo com tarefas domésticas (59 por cento) ou a caminhar e/ou passear (46,3 por cento). Cerca de 21 por cento confessa que gostava de viajar mais.
Estas são as principais conclusões do estudo realizado pela empresa Spirituc, por questionário telefónico, a uma amostra de 300 pessoas com mais de 70 anos, residentes em Portugal Continental, em outubro de 2017. O estudo foi realizado a pedido da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular.
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular, uma entidade sem fins lucrativos, tem por finalidade o estudo, investigação e promoção de atividades científicas no âmbito dos aspetos médicos, cirúrgicos, tecnológicos e organizacionais da Intervenção Cardiovascular.