…manhã de inverno e tarde de verão.
Este é o refrão popular que é usado para descrever a instabilidade característica da mudança de estação no hemisfério norte e que afeta o comportamento das pessoas e desde logo os seus hábitos de consumo. Mas este tipo de mudança cíclica confere ao mesmo tempo uma enorme sensação de perenidade. Apesar da instabilidade dos dias de março todos sabemos que caminhamos para dias melhores a partir de agora e até ao verão, irão seguramente aparecer dias melhores e depois entraremos de novo no inverno do qual estamos a sair e este ciclo será assim para todo o sempre.
Oxalá toda a mudança fosse sempre assim tão previsível. Mas basta ver os últimos acontecimentos mundiais neste inverno para compreender que uma primavera está longe de estar à vista e pode até nunca chegar. Entram aqui em jogo os factores psicológicos, a chamada “moral das tropas”, como dizem os militares, e que é tão decisiva para ganhar ou perder batalhas.
Temos que saber enfrentar elevados graus de incerteza nos dias de hoje, os quais se reflectem nas decisões tomadas todos os dias na gestão da saúde. Encerramento de unidades de saúde, construção de outras, abertura de novos serviços, fecho de outros, esta permanente mudança pode ser encarada de forma pessimista – “tudo irá ser cada vez pior, estamos a destruir o SNS” – ou, pela positiva – “estamos a construir um melhor Serviço Nacional de Saúde”.
A mudança é sempre algo que gera enorme desconforto, ninguem gosta de ter manhãs de inverno e tardes de verão no mesmo dia, mas a forma como é encarada essa mudança faz toda a diferença. Aqui está um novo desafio para os dirigentes em saúde. Não se trata apenas de gerir a mudança, mas de fazê-lo pela positiva e com a moral bem elevada. Mais fácil dizer que fazer? Hoje em dia existem novas abordagens de gestão participada e métodos inovadores para facilitar reuniões que tornam a gestão da mudança muito mais agradável e reduzindo substancialmente o stress que sempre acarreta.