As tecnologias vão evoluindo e as pessoas vão acompanhando. E a saúde não é excepção. Hoje em dia, a maioria das pessoas pesquisa os sintomas antes de ir ao médico, marcam as suas consultas online, enviam mensagem antes de pensarem em ir às urgências, recebem receitas por email e existe já um número considerável de portugueses que acredita que uma consulta pode ser feita através videochat.
E estas práticas são ainda mais comuns em problemas que não são físicos e em jovens e adolescentes, o que demonstra como pode vir a ser a saúde num curto prazo de tempo. A prática clínica mostra que cada vez mais a psicologia é procurada através da internet. As consultas por Skype, mensagens de whatsapp ou Messenger são já uma constante na vida de muitos psicólogos.
Bárbara Ramos Dias, psicóloga clínica revela “Sou muito procurada para acompanhamento online, principalmente por alguns grupos específicos, como é o caso dos emigrantes e adolescentes. No caso dos primeiros, esta procura existe essencialmente porque ao viverem fora do seu país por vezes têm pouco à vontade com a língua, preferem exprimir os seus sentimentos em português. Quase diariamente falo com emigrantes de todos os cantos do mundo”.
“No caso dos adolescentes, a procura da psicologia através das novas tecnologias é uma forma de quebrarem as barreiras e o medo de irem a uma consulta com um psicólogo. O online permitiu-nos estar mais próximo e ajudar os doentes, também a sentirem-se mais acompanhados”, acrescentou Bárbara Ramos Dias.
As patologias dos adolescentes mais comuns neste tipo de consultas e acompanhamento são crises de ansiedade, ataques de pânico, perturbação do sono, stress, e baixa auto-estima. Trata-se de uma geração que sofre cada vez mais com o bullying e que encontra nestas plataformas uma maneira de confrontar os seus problemas sem ter a necessidade de o fazer cara a cara.
Para a psicóloga clínica a distância não torna a relação impessoal. Muito pelo contrário, pois o acompanhamento digital do paciente permite quebrar barreiras e estabelecer uma ligação empática própria entre terapeuta/utente.