A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO), alerta a população portuguesa para o perigo que representa o não tratamento de problemas de visão devido ao aumento do risco significativo de desenvolvimento de demência.
Este apelo surge no seguimento da divulgação de um estudo publicado na revista científica americana ‘Aging and Mental Health’ que ao comparar indivíduos com e sem problemas de visão, aqueles que apresentavam problemas tinham 44% mais probabilidade de demência e 41% maior risco de comprometimento cognitivo.
“Este estudo está entre os primeiros a avaliar a associação entre problemas de visão e comportamentos cognitivos em idosos por meio de um meta-análise abrangente dos estudos de base populacional. As nossas descobertas somam-se às evidências crescentes de que a visão desfocada é um fator de risco para o desenvolvimento da demência”, afirma o autor e professor Beibei Xu, do Centro de Informática Médica da Universidade de Pequim.
“Diagnosticar e tratar as condições oculares pode ser benéfico – tanto para melhorar a qualidade de vida de uma pessoa como para retardar ou parar a perda de memória. Os mais recentes resultados destacam a importância de se realizarem exames oculares regulares em pacientes com mais idade, permitindo que eventuais problemas com a sua visão sejam detetados e tratados precocemente”, frisou o investigador.
“Portugal é o segundo país do mundo com média de idade mais elevada e por isso deve preparar-se para os desafios do envelhecimento. Melhorar a saúde da visão no contexto de uma população envelhecida deve ser uma prioridade do Serviço Nacional de Saúde”, adverte Raúl de Sousa, Presidente da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO).
De acordo com um estudo divulgado na revista científica ‘The Lancet Public Health’, em todo o mundo 153 milhões de pessoas vão sofrer de demência em 2050. Prevê-se que em Portugal sejam mais de 350 mil pessoas.